sexta-feira, novembro 03, 2006

A Doença de Newcastle em Mato Grosso e as Aves Migratórias

Foi confirmado, pelo Ministério da Agricultura, o primeiro foco da doença de Newcastle em Mato Grosso. Este foco foi localizado em uma criação de subsistência em Lambari do Oeste, cidade localizada à 327Km á oeste de Cuiabá. A grande pergunta é, como aconteceu a contaminação destas galinhas? A criação industrial de aves segue rígidas normas de biossegurança, a possibilidade de contaminação dessas criações é quase zero. O mesmo não acontece com os “criadouros de fundo de quintal”, estes últimos, estão sujeitos a todas as formas de contaminação. Por razões sanitárias, sócio-econômicas e culturais. Neste caso fica muito difícil saber como ocorreu a contaminação, porém, algumas hipóteses podem ser aventadas: a) aquisição de aves ou ovos contaminados; b) contato com aves contrabandeadas (domésticas ou selvagens); c) é costume nestes locais criar papagaios e periquitos e aves canoras; d) o aumento da população de pombos-domésticos é visível nas cidades; e) falta de assistência técnica para melhorar ás condições sanitárias dos pequenos criadores; f) a vigilância sanitária é precária ou inexistente, a região é próxima da Bolívia e o livre trânsito de pessoa, e seus pertences, poderiam levar ou trazer a doença; g) e o contato com aves migratórias contaminadas é uma possibilidade ainda que remota. Se considerarmos, à possibilidade da contaminação ter sido feita pelas aves migratórias como poderíamos afirmar isto categoricamente?. Ainda não existem estudos em Mato Grosso sobre as rotas de migração de aves. Nas rotas conhecidas não é realizados monitoramento, com capturas de aves migrantes ou não para testes sorológicos. Estes poderiam detectar possível presença de vírus e outros organismos nocivos aos animais domésticos e em alguns casos ao próprio ser Humano. Então é prematura, qualquer afirmação que coloque ás aves migratórias como vilãs deste fato. Aproveitando este momento, reitero á necessidade de investimentos no estudo das aves migratórias em Mato Grosso. A quantidade de recursos que os setores produtivos e o próprio Governo poderiam aplicar em pesquisas, é infinitamente inferior aos prejuízos advindo de uma real contaminação dos plantéis de frangos do Estado ou das notícias contraditórias, que funcionam como uma contra-propaganda da avicultura de Mato Grosso ou do Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

isso é verdade pode acreditar minha galinha pegou