Pombos domésticos em Cuiabá e a Saúde Pública

O pombo-doméstico (Columba livia domestica), é uma espécie de ave originária da Ásia, onde em estado selvagem fazia seus ninhos nas gretas das montanhas. É provável que esta espécie tenha sido introduzida no Brasil pelos primeiros navegadores (africanos, chineses, portugueses ou espanhóis? Quem sabe ?), que utilizavam estes animais como suplemento alimentar nas longas travessias oceânicas. Hoje estas aves tornaram-se pragas em praticamente todos os centros urbanos do Brasil. Em Cuiabá não é diferente, onde elas multiplicam-se desordenadamente, com isto, tornaram importantes fontes de infecção ou transmissoras de doenças para o homem, como a psitacose, a toxoplasmose, as arboviroses, e as gastrenterites, além das dermatites transmitidas pelos seus ectoparasitos (piolhos). Também provocam incômodo na população cuiabana, pela sujeira de suas fezes, principalmente em monumentos públicos, templos religiosos, praças, parques e jardins e pelo barulho de suas manifestações sonoras. Em Cuiabá é comum observar pessoas alimentando os pombos, principalmente idosos e crianças, justamente os mais suscetíveis às doenças transmitidas por esta ave. Nas praças onde existem vendedores ambulantes de cachorro-quente, pipoqueiros e outras modalidades de lanches podem-se observar estas aves misturadas com vendedores e consumidores configurando uma grande oportunidade de contaminação. A arquitetura das casas e edifícios fornecem locais ideais para construção dos ninhos, os longos beirais, caixas de ar condicionado, parapeito de janelas somando a isto a farta alimentação disponível para estas aves quer fornecida diretamente ou indiretamente através dos lixos mal acondicionados. Estes dois fatores atuando simultaneamente propiciam uma reprodução desordenada. Como então resolver este dilema? A solução é bastante complexa, pois, envolve questões básicas de educação, saneamento básico, mudança na arquitetura das casas e edifícios (lembrem que existem outras pragas em nossas casas como ratos, morcegos, baratas, cupins, formigas, etc).